


Seio.
Dócil, dormente.
Ser fêmea sempre me foi, um dos maiores mistérios. Uma dor, fria.Reconhecia, lá se encontrava um seio redondo, uma vagina que por si só se designava e auto afirmava. A silhueta, as pernas.
Por mais que vomitasse, nada de doce encontrava. Contentei-me no agrupar em grupos essencialmente masculinos. Era renegada pelo corpo não espelhar. Não havia pênis, nem escroto, não havia peito farto, braço latente. Peço desculpa as extremas femistas pela polêmica declaração: Há sim milhares de diferenças entre o homem e a mulher. Não digo limitações gritantes, mas diferenças que se brutalizam e ferem.
Assim como no mundo animal, os machos procuram a fêmea pelo que se vê.Não admito a constante hipocrisia que escuto de que a única relevância para relações afetivas é a beleza inferior. Me sobe uma enorme vontade de violar o desconhecido que me diz, com um pequeno comentário rente a face" Beleza interior, é o caralho" corrompendo todos os meus escrúpulos e a educação que me foi dada com tanto esmero.Se um dia alguem puder me provar com clareza, não hesite. Quem sabe um dia, um casal bate à minha porta, ele loiro, malhado, bonito. ela, representação da mulher melância e me dirão, que se amam somente pelo que interiormente aparentam. Não me foge da mente a impossibilidade de tal ato.
Pois bem, nisso inconstestávelmente homens e mulheres não se diferem.
Há uma constante que não é mutável, como um "x" equacional sempre presente, desprezível mas não inexistente. As mulheres são sempre amáveis, (sim!) É um brilho intenso, uma beleza quase que maternal, gritante de ser ver. Bela, por fim.
Os homens tem uma espécie de parede concreta, talvez na auto-afirmação do neolítico não abandonado. O homem proteje a cria, a mulher procria. Os tempos são outros, certamente. Milhares de outros fatores foram adicionados juntos a constante existente.Seja, educação, trabalho, meio em que vive, sociedade, enfim.
Houve uma evidente divisão de subgrupos: Os "adequados", e os "A se adequar"
É gritante o fascínio do ser em afirmar-se.
Há uma margem, porém, aos renegados. Um expectro de luz aos que não se adequam nas características vis de homem ou mulher. O horizonte é confuso, dentre as verdades surge o que nos foi implantado com tanto carinho e dedicação...O esteriótipo de mulher/homem. As moças mais 'bonitas' dilatam seus caminhos, as mais 'feias' contém, em misto de medo e isolação. Devo ter uma certa preferência a tais marginalizados, um carinho quase que familiar, por ali me reconhecer. É dentro dessas mulheres que retiro a resultante. Isso sim me é belo e feminino, como uma característica ancestral, mas intriscicamente implantado e cultivado. Profundo.
Algo sutil, que ultrapassa tais subdivisões. Os homens renegados são de doçura gritante, um masculino claro, uma beleza forte, aqueles que se abre um sorriso contínuo e não se fecha mais, nunca mais. Me parecem os únicos seres merecíveis de se amar.
Contudo são considerados feios;inclusive um termo manco,pois há feios tão bonitos, digo do físico, da forma mais literal que se possa existir. O belo e o feio é só uma questão de perspectiva social. Dentro disso,espero que me entendam porque não venho a priorizar tais "bonitezas interiores" Primordial é a beleza que se exala, sendo o íntimo só uma prova concreta de tal soma. Peço licença a Vinícius de Moreas para que assim reescreva,
Me desculpem os belos, mas feiura é fundamental.
PS:
- Joel, am I ugly?
When I was a kid, I thought I was. Can't believe I'm crying already. Sometimes I think people don't understand how lonely it is to be a kid. Like you don't matter... So, I'm eight. And I have these toys, these dolls. My favorite is this ugly girl doll who I called Clementine. And I keep yelling at her: "you can't be ugly! be pretty!". It's weird. Like if I can transform her, I would magically change too.
- You're pretty.