Em que cratera vazia do meu peito escondi essa sala?coisa real por fora como coisa real por dentro.
Meu peito ,que regurgitava cor, espera calado a passagem das horas. Refletindo, despretensiosamente, os meus milhares de quadros esquecidos. Será que já se confundem com as paredes? Penso.
O despertador toca e ao respirar o grunhido das horas vejo que não há tempo para pensar nos quadros que esqueci.
[O cotidiano, de tanto ferir meus sentidos, me fez esquecer como é viver sem machucá-los]
Meus quadros devem estar caindo cansados, deslizando por minhas paredes metafísicas, pra um buraco-talvez- ainda mais absconso.
Que medo me dá ter cor de parede! Ser vista e ainda assim desaparecer.