Esteve no quarto uns 10 dias, ao menos foi o tempo que tinha calculado.
A mão era tensa, pouco verde-cinza, e os olhos vidrados no sexo exposto
Corpo magro, em contato com o sujo do quarto, de tão sujo nada se via, nada se vida, era quarto liso de parede lixada, sem móveis, sem cômodos, com um corpo minguante e sem alma.
No primeiro dia de estadia lá, a alma resolveu fugir do ambiente pesado e cheio de arestas;chorava sempre pontualmente, deixava o corpo masculino gozar, gozar o vômito. Era sistemático, acordava pontualmente sem relógio algum, arrumava os números na cabeça e externava nas paredes. O corpo se tornara pesado, um fardo insuportável para o quarto, o corpo abrigava o quarto, quarto verde porém vazio.
No décimo dia a água acabou, a cabeça de tão pesada resolveu separar-se do corpo, e o corpo mole levantou, as mãos trêmulas substituindo os pés, o rangir e a porta se abriu...e ao deixar o quarto renunciara a si, como se um prato resolvesse deixar a comida, enfim nascera.
domingo, 16 de novembro de 2008
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