domingo, 22 de fevereiro de 2009

Hello Stranger



Prefiro os estranhos. É de conforto gigante em saber que estás completamente lacrada dentro de si, que ninguem lhe pertuba e nem irá. Gosto dessa sensação estranha de ser comida pelas beiradas, como um prato quente, que arde, arde, arde... ARDOR.
Sou como repelente, entre as minhas principais características só sei repelir...
e como me sinto triste nesse fardo de ser repelente aos demais insetos próximos.Não tenho cheiro, jorra do meu sangue até a pele. Assasino os carinhos, e guardo as mortalhas.

Os estranhos porém só beliscam o meu exterior, devoram a carne, os pedaços vomitados do que sou...colam minhas partes e constroem meus desenhos, mais bonitos, mais vívidos, menos repugnantes.Ah se todos os estranhos que me rondam soubessem, o tamanho do carinho que guardo em mim.

Sou mulher transparente,coberta de vazios, nesse curto espaço do que não existe, sinto-me só.
afetos se vierem, por favor, vão logo, minhas raízes não se fixam em solo algum.
e se um dia houver amor, que fique.


cansei de joga-los aos montes nos baldes das mortalhas...
de estrelas que brilham, ao menos levo uma cheia de arestas no meu peito cansado de regurgitar.


"Alice: É o único jeito de deixar "Não te amo mais, tchau!"
Dan: E se você ainda ama a pessoa?
Alice: Você não deixa!
Dan: Você nunca deixou alguém que amasse?
Alice: Não."


Closer.

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